Desorientação pós-moderna

Quando paramos para contemplar a vida que vivemos nestes tempos pós-modernos a sensação que surge de imediato é a de que estamos todos desorientados. Essa desorientação não é novidade na história humana, o problema é que, dessa vez, ela se dá em escala global.

Vivemos numa sociedade  que emerge dos destroços de uma civilização ultrapassada e que avança futuro adentro sem reconstruir nada a sua volta. Esse processo iniciou-se ainda quando despontava a sociedade industrial na medida em que se foram rompendo os paradigmas e certezas que antes tínhamos como absolutos; senão, vejamos: Freud desmantelou a maneira como nos enxergávamos psicológicamente; Marx, a maneira como lidávamos com o trabalho; Einstein decretou o fim da física mecanicista; duas guerras mundiais denunciaram a inconsistência e os perigos das ideologias. Os impactos socias e ecológicos da globalização tem produzido uma multiplicidade de conseqüências desastrosas como o aumento da desigualdade social, o fim da democracia, a deterioração do meio-ambiente e o aumento da pobreza e da alienação, para citar alguns. O que resta disso tudo é a falta de algum modelo de orientação social, política, econômica e até religiosa que seja digno de crédito. Essa inquietação inevitavelmente resulta num aumento da agressividade, violência e agressividade que se traduz no medo, na solidão e no tédio que experimentamos individualmente e coletivamente.

Desse processo, cá estamos nós. O que tempos atrás era visto como euforia, quebra de limites, irreverência e revolução sexual, hoje é percebido como ausência de sentido. Isso porque possivelmente vivemos ressentidos de termos crescidos numa época de utopia nenhuma…

Num mundo em que tudo é imprevisível, caótico e sinouso, resta-nos ainda a tarefa de erigir um pensamento humano, racional e holístico que, se agora não é capaz de mudar tudo, pelo menos terá o mérito de haver contribuído pelas mudanças nas gerações seguintes.

    • H.Gil
    • 23 de novembro de 2010

    Discordo do autor, evidente que a evolução da humanidade não vem se dando ao acaso sem observar seu passado. A muito já é estudo nosso processo evolutivo. A título de informação o autor Manuel Castells tem vasta obra tratando sobre o tema.
    No que tange ao excerto:
    “O que resta disso tudo é a falta de algum modelo de orientação social, política, econômica e até religiosa que seja digno de crédito.”
    De fato não há falta de modelos. Há sim pluralidades de modelos. Assim, entendo que o autor busca é um modelo único. Todavia, é quase utópico a busca por um modelo único aplicável. Ainda mais se buscarmos um modelo único na economia, nas leis, nos costumes. A diversidade entre valores e significados em escala global é enorme. Não podemos esquecer que efetivamente essa “padronização” vem ocorrendo, ainda que de forma lenta e pontual. Os tratados e acordos internacionais refletem isso. As organizações internacionais refletem isso. Todavia, os países tem que aderir a esses acordos de forma voluntária. E não caberia aos outros impor isso a eles (ou se instalaria uma vez mais o modelo “o mais forte manda no menor, decorrendo disso com certeza inúmeras guerras”). Toda mudança em escala global é lenta e não há como ser de outra forma. Como dito alhures, as diversidades culturais existentes, bem como os diferentes níveis de desenvolvimento existentes entre os diversos países são os maiores entraves para que isso ocorra. Mas não há como se negar que o mundo, e consequentemente os países e seus povos vem aos poucos assimilando essa nova perspectiva global o que indica que o caminho vem sendo feito, mas isso não quer dizer que durante o caminho não haverá percalços.

    • H.Gil
    • 23 de novembro de 2010

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    • jeni
    • 1 de abril de 2011

    Dois sábios da hitória discutindo a atualidade.E a loira vai deixar um comentário? Afe, vamos lá a única coisa que tenho a dizer é que a diferença existe, as mudanças, os modelos de vida, as personalidades e isso nunca vai mudar. Por mais lenta que seja essa mudança em escala global como fala H Gil, nunca nada será igual em pais nenhum, em povo nenhum. Agora com isso entende o que quero falar sobre a diferença entre orkut e facebook? ushaushaushsuh sim porque foi isso que nos motivou a ler os blogs e iniciar a discussão…beijos guri

      • HGil
      • 2 de abril de 2011

      “Agora com isso entende o que quero falar sobre a diferença entre orkut e facebook? ushaushaushsuh sim porque foi isso que nos motivou a ler os blogs e iniciar a discussão”

      De fato é curioso como a diferença entre orkut e facebook pode ter levado até este blog. Mas tecnicamente falando as próprias diferenças regionais/culturais forma relevantes para a criação das duas citadas redes mundiais. Eis que o orkut que é lider apenas no Brasil – antigamente também era na India – foi desenvolvido por um Indiano Orkut Büyükkokten – sim o nome do cara é Orkut – e tinha por intenção criar uma rede que facilita-se o conhecimento entre estranhos, dessa forma desde sua criação o orkut não teve muitos cuidados com opções referente a privacidade – restringir scraps, fotos, etc – o que posteriormente a pedido dos usuários veio a ocorrer. Já o rival facebook – hoje lider mundial em se tratando de rede social – foi desenvolvido (embora haja controvérsias) por Mark Zuckerberg que nasceu nos EUA, tendo, portanto, partido de outro tipo de cultura, costume. Cumprindo destacar que por óbvio em sendo o facebook posterior ao orkut, ele (Mark) já havia observado os “problemas” relativos ao orkut que as pessoas de seu convívio relatava. Dessa maneira buscou aperfeiçoar e moldar uma rede social dentro daquilo que era desejado.

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